O cenário adverso enfrentado pelas empresas brasileiras desde 2014 ainda impõe a muitos empresários a sacrificada necessidade de cortar custos para manter seus negócios em operação. Mesmo que essa estratégia já tenha sido adotada nos últimos anos, mantém-se importante diante do contexto ainda pessimista.
Iniciamos 2019 com expectativas de recuperação, o que tem ocorrido em ritmo lento. A previsão de crescimento do PIB tem sido recorrentemente revista para baixo. De 4 de abril a 14 de junho (pouco mais de dois meses), o mercado reduziu a projeção de resultados de 3% para 0,93%, uma péssima sinalização para organizações que já vêm enfrentando dificuldades financeiras há algum tempo. O que restará a elas?
Depois de cortar os custos mais evidentes, é hora de rever o planejamento financeiro e estratégico para identificar o que faz e o que não faz sentido no orçamento empresarial.
As reduções orçamentárias adotadas anteriormente geraram resultados?
Houve comprometimento da produção?
O que não foi alvo de redução e que, talvez, possa ser cortado agora?
Todos esses aspectos precisam ser considerados, mas o fundamental é que essa avaliação compreenda, também, as fontes de receita.
Articular esses dois lados é o que fará a diferença neste momento. A produtividade precisa ser preservada mesmo em meio à crise, sob pena de as organizações não terem o fôlego necessário para sustentar a
retomada econômica.
A editoria de Gestão de pessoas apresenta um instrumento que promove o engajamento dos colaboradores para o atingimento de metas corporativas, a Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
Esta edição ainda trata da importância da informatização e da integração contábil para otimizar os processos de gestão e os cuidados indispensáveis para a correta administração de entidades do terceiro setor. Também
lembra, na editoria Painel, alguns erros básicos que você não deveria estar cometendo em sua empresa.
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O ritmo da recuperação da economia não se ajusta às necessidades do empresariado, que, desde 2014, vem realizando malabarismos para equilibrar o orçamento. Mas é possível apertar ainda mais o cinto.
Em momentos de dificuldade, controlar gastos e fazer cortes são as primeiras medidas adotadas pelas empresas. Só que essa nunca é uma decisão fácil, pois sempre há o risco de que a redução dos custos limite o desempenho
do negócio. Os custos, afinal, são gastos vinculados à atividade-fim, ou seja, estão relacionados à produção de bens e mercadorias que serão comercializados, como matéria-prima e mão de obra. Logo, sua retração afeta
diretamente a produtividade.
É preciso ter um olhar para a receita, e não focar só no denominador. O direcionamento maior para os custos demonstra uma visão de curto consumidor, justificando a importância de promover cortes para equilibrar as finanças.
O corte de custos, quando feito de ‘última hora’, ou seja, não estando dentro de um planejamento, é sempre um risco, assim como todas as ações tomadas de forma emergencial, pois sempre atacam a lucratividade e as operações futuras.
Um dos cortes mais corriqueiros adotados pelas empresas é a redução da mão de obra. “Esse tipo de ação imediata pode comprometer o desempenho no mercado: afeta diretamente a lucratividade e, consequentemente,
a rentabilidade do negócio.
Se, por um lado, a redução de custos feita de improviso é arriscada, por outro, os cortes realizados de forma planejada podem, realmente, ter efeito positivo sobre o negócio, afirmam os especialistas.
É recomendado que o fluxo de caixa seja verificado diariamente para evitar sustos e para que o gestor possa realizar movimentações de forma criteriosa. É fundamental, também, fazer projeções de gastos, receitas e balanços.
Hora de rever o planejamento financeiro
Muitas empresas costumam cortar custos de forma uniforme em todas as áreas e isso é um grande erro, pois existem setores que performam bem e são muito eficientes e, às vezes, o corte compromete esse desempenho.
Para organizações que adotaram essa prática no período recente, o melhor a fazer agora é revisar as finanças para identificar qual foi o impacto da redução de custos e que tipo de benefícios ou dificuldades ela trouxe. Só então é que devem ser consideradas novas medidas de austeridade. Esse diagnóstico pode, inclusive, revelar o oposto: a necessidade de investir pontualmente em determinadas áreas.
Tudo que não está sendo usado e pode ser considerado desperdício deve ser cortado, independentemente do valor que representa, pois o que não traz nenhum valor é o desperdício. Depois, é preciso identificar o que chamamos de alavanca de resultados, ou seja, onde os esforços estão gerando mais retorno.
Reduzir custos não significa olhar somente para dentro, mas, principalmente, compreender toda a cadeia em que está inserida a empresa, do fornecedor até o cliente. Deve incluir essa análise, a estrutura tributária, área que pode ser alvo de um planejamento com o objetivo de melhorar a eficiência e reduzir a carga no que for possível – utilizando créditos tributários, por exemplo. Além dos custos evidentes e mais fáceis de identificar, temos que ressaltar o peso da gestão por processos,
É no gerenciamento por processo, conhecendo onde começa e onde termina, da forma mais detalhada possível, que se consegue encontrar outras opções interessantes que promoverão retorno econômico e financeiro no curto e longo prazo
Gestão de ativos pode trazer novo fôlego
Um tema que é muito tangenciado pelas empresas é a gestão dos ativos. que todo ativo adquirido, assim como qualquer investimento, precisa gerar o máximo de resultado.
Equipamentos, imóveis, veículos e outros bens que estão ociosos tornam-se parte do problema, pois têm custos de manutenção e depreciação.
A opção viável, nesse caso, pode ser utilizar esses bens de forma estratégica, para gerar resultado financeiro – como alugar salas comerciais que não estejam sendo utilizadas ou assumir produções de outras empresas, de forma terceirizada. Entretanto, que essas medidas precisam ser avaliadas em conjunto com o contador, para que os procedimentos sejam realizados de forma legalizada e considerando possíveis riscos envolvidos.
A manutenção é um ponto importante a ser considerado em gestão de ativos. Mesmo em tempos de crise, revisões e cuidados preventivos não devem ser relegados, pois o custo decorrente de riscos com acidentes e perdas é sempre
maior.
Ao fazer uma boa gestão de ativos, você tem a redução de custo e pode aproveitar o bem para gerar receita.
Também é possível pensar em parcerias ou recorrer à terceirização, que tem sido uma “boa saída para as empresas manterem seus quadros, evitando maiores níveis de demissões”. O fundamental, destacam os especialistas, é avaliar
e projetar o impacto dessas medidas nas operações.